A dermatite de contato é uma inflamação da pele causada pela exposição direta de substâncias do meio ambiente, caracterizada na maioria das vezes por um eczema. A doença é mais freqüente nos adultos do que em crianças. Nas mulheres é mais comum a sensibilização aos cosméticos e ao níquel, e nos homens, a dermatite aparece como doença ocupacional ( relacionado ao trabalho). Pode ser classificada de acordo com a fisiopatogenia (ou seja, pelo mecanismo responsável pelo agravo). São elas:

  1. Dermatite de contato irritativa;
  2. Dermatite de contato alérgica;
  3. Dermatite de contato fototóxica;
  4. Dermatite de contato fotoalérgica.

A primeira depende da concentração da substância que entra em contato com a pele. Surge em conseqüência da exposição única (acidentalmente) ou repetida a agentes agressores, em cujo mecanismo de ação não participam eventos imunológicos. Nesta forma estão incluídas as reações aos solventes, ácidos, sabonetes alcalinos e detergentes. É a mais comum, responsável por 80% dos casos. Não depende de suscetibilidade individual. Na segunda forma tem importância a predisposição familiar, e esta, não depende da concentração da substância. Há penetração através da pele e estimulação do sistema imunológico.

Quando há exposição solar após a utilização de alguma substância podemos ter a dermatite de contato fototóxica. Esta é desencadeada por substâncias que se transformam em elementos fototóxicos pela ação da radiação UVA, levando a uma reação eczematosa. Como na dermatite de contato irritativa, não existe mecanismo imunológico na formação do eczema. São exemplos a sulfa, a tetraciclina, os hipoglicemiantes, o contato com limão, laranja, perfumes e outros, seguidos de exposição solar.

A dermatite de contato fotoalérgica tem o mesmo mecanismo da dermatite de contato alérgica, com a participação da luz solar no desencadeamento do processo. A formação da reação imunológica necessita da presença concomitante da radiação apropriada e do fotoalérgeno. Após a absorção da energia da luz, a substância é convertida em uma molécula em estado ativado. Neste processo, a molécula se une a uma proteína para formar um antígeno completo. Uma vez que o antígeno é formado, o mecanismo que se segue é o mesmo da dermatite de contato alérgica.

Alguns fatores inerentes à substância (poder alergizante, concentração, estado físico, alcalinidade) e pessoais - de cada indivíduo (capacidade reacional individual, quebra da integridade, textura fina e ph alcalino da pele) podem facilitar o aparecimento das lesões. Além disso, o tempo de exposição, pressão e fricção do local, e temperatura ambiente podem também interferir.

Os sinais mais comuns da dermatite de contato são o aparecimento de vermelhidão, bolhas, descamação e pele ressecada, acompanhados de prurido (coceira), ardor e queimação. Nas dermatites de contato alérgicas, fotoalérgicas e fototóxicas, as lesões surgem em até 48 horas após exposição à substância. Na dermatite irritativa, em minutos ou horas.

As principais localizações correspondem às partes do corpo mais expostas ao ambiente: mãos, face, pescoço, pés, antebraços.

Localizações principais e alérgenos (substâncias envolvidas):

Os principais agentes são:

O diagnóstico é baseado em:

Testes de contato (patch test)

O teste de contato ou teste epicutâneo é o método mais eficiente para confirmar o diagnóstico etiológico do eczema alérgico de contato. A presença de teste positivo a certa substância, relacionada com a história clínica do paciente, possibilita identificar os materiais que, em contato com a pele do paciente, podem desencadear um quadro eczematoso. Também podem auxiliar na distinção entre dermatite de contato alérgica e dermatite de contato irritativa. Pode ser aplicado no dorso (costas) do paciente ou na face externa do braço. As substâncias são colocadas em câmaras de alumínio ou plásticas fixadas com Micropore® (esparadrapo especial). São feitas 2 ou 3 leituras do exame ( 48, 72, 96 horas).

Os agentes mais freqüentemente envolvidos com testes positivos são Sulfato de Níquel, Thimerosal, Quaternium 15 e Cloreto de Cobalto.