A Dermatite Atópica (DA) é uma doença de caráter crônico e recidivante, clinicamente caracterizada por lesão pruriginosa (coceira), descamativa, de distribuição clínica peculiar e variável de acordo com a idade do paciente, sendo considerada o componente cutâneo do Complexo Atópico ( asma, rinite alérgica, alergia alimentar e DA).

A incidência é crescente em todo o mundo e nos EUA corresponde a 10% da população pediátrica. É causadora de grande morbidade (em casos de maior gravidade faz-se necessária a internação hospitalar), e uma grande preocupação existe em relação aos aspectos emocionais dos pacientes, que muitas vezes sofrem discriminação em seu ambiente escolar ou de trabalho, além de baixa auto-estima, devido às características das lesões. A mortalidade somente ocorre pelas complicações da doença.

Em 85% dos casos a doença se inicia nos primeiros 5 anos de vida e apenas 2% dos novos casos ocorrem após os 45 anos. Pode ter evolução benigna com remissão espontânea se a dermatite for classificada como leve, entretanto, cerca de 90% das dermatites moderadas ou graves persistem por toda a vida.

De acordo com estudos bem controlados, pacientes com DA podem evoluir com asma alguns anos depois, em até 80% dos casos. Isso demonstra a relação estreita entre as doenças alérgicas.

A dermatite atópica, como as outras doenças alérgicas (asma e rinite), tem caráter hereditário, ou seja, alto índice de casos na mesma família com antecedentes de alergia. No caso da DA, se um dos pais tem atopia (asma, rinite ou DA) a chance de um filho ter a doença é 4 vezes maior do que no restante da população; e se ambos os pais tiverem atopia, o risco aumenta para 7 vezes.

Mas, além dos fatores individuais e genéticos, o ambiente exerce forte influência sobre a sensibilização dos pacientes e o desencadeamento de sintomas.

A origem da doença está em alterações imunológicas, enzimáticas (proteínas) e também fatores como a deficiência de determinadas gorduras, que naturalmente mantém a integridade da pele.

Os principais desencadeantes das lesões são os alérgenos ambientais (ácaros), alérgenos alimentares como os ovos, o leite de vaca, o amendoim, a soja e o trigo, bactérias como o Estafilococos e suas toxinas, fungos como Ptyrosporum, vírus e os irritantes da pele. Estes últimos incluem sabonetes, detergentes, amaciantes, extremos de temperatura (frio ou calor intensos) e umidade (clima muito seco ou muito úmido), soluções alcoólicas e adstringentes.

O diagnóstico é baseado na história de prurido cutâneo, com forma e distribuição típica das lesões: envolvimento extensor (braços e pernas) e facial nas crianças e liquenificação (espessamento da pele) e linearidade flexural (acentuação das regiões de dobras dos braços e das pernas) nos adultos. Somado a isso, a cronicidade das lesões e as recidivas freqüentes. A história pessoal ou familiar de atopia tem fundamental importância para o diagnóstico.

Além da história e quadro clínico citados, algumas provas laboratoriais podem contribuir para o diagnóstico:

O tratamento deve abordar: