Anafilaxia é o nome que se dá a reação alérgica imediata mais temida por médicos e por pacientes alérgicos. É uma reação complexa intensa, muito rápida e potencialmente fatal que se inicia dentro de poucos minutos até 2 horas após o contato do paciente alérgico a determinados alimentos, medicamentos ou venenos de insetos como abelhas, por exemplo.

Essa exposição pode ser acidental ou não acidental. Desta última forma o paciente não acreditando que possa ter sofrido uma reação grave àquele agente suspeito, provoca uma nova reação ao se reexpor para comprovar, o que é realmente muito imprudente.

Urticária ( placas vermelhas pruriginosas ), angioedema (inchaço em face, p.ex), insuficiência respiratória, hipotensão, vômitos e dores abdominais ocorrem simultaneamente e podem rapidamente levar ao óbito.

Essas reações graves merecem cuidados especiais e faz-se necessária avaliação imediata no local da reação e intervenção também imediata e habitualmente os pacientes são levados ao hospital posteriormente. Entretanto nem sempre dispomos de uma unidade médica a poucos minutos do local do evento, como ocorre muitas vezes em passeios na mata, viagens à praia, ou mesmo durante vôos.

Algumas medidas são imprescindíveis para que não haja um desfecho fatal, como deitar-se de costas, elevando os membros inferiores e chamar imediatamente o atendimento médico. Além disso, o uso de adrenalina imediatamente após perceber a reação anafilática é considerada a medida mais positiva e importante para salvar a vida desse paciente.

Muitos dos pacientes que sofreram uma reação anafilática voltam a apresentá-la outras vezes, como já foi aqui descrito anteriormente e poderiam abortar a evolução já conhecida se tivessem um dispositivo de adrenalina auto injetável para uso pessoal. Infelizmente, o Brasil não dispõe deste produto para comercialização por motivos não conhecidos exatamente. O produto é disponível com distribuidoras -importadoras e tem um custo bastante elevado.

Fato que o uso do dispositivo de adrenalina auto-injetável é fundamental para o manejo de pacientes com anafilaxia, não somente como prevenção de casos com desfecho fatal, mas também para melhorar a qualidade de vida dos pacientes ao se sentirem seguros de poder fazer algo para o tratamento em um contato acidental com o alergeno. Dessa forma, a sociedade também poderia contribuir à medida em que escolas, parques, clubes, academias, consultórios médicos e odontológicos e até transportes públicos (terrestres, aéreos e marítimos) dispusessem da adrenalina auto-injetável.

A Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia tem se esforçado para que nossos pacientes possam usufruir deste dispositivo e recentemente disponibilizou em seu site uma petição que pode ser assinada por qualquer cidadão que entenda a importância deste assunto.

Segue o link: Precisamos de adrenalina autoinjetável no Brasil!

Dr. Fabrício Rubens Pires Afonso
Alergologista-CRM 100.949